sábado, 30 de abril de 2005

Ir mais longe...


"Um parvo em pé vai mais longe que um intelectual sentado. Ou um político."

António Lobo Antunes
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segunda-feira, 25 de abril de 2005

A palavra Revolução




A PALAVRA REVOLUÇÃO

Com nove letras se escreve
Com nove letras se diz
A ideia Revolução
Que o povo do meu país
Gravou já no coração.
Esta palavra de amor
Só a soletra e percebe
Só a defende quem for
Solidário em qualquer parte
Cidadão a tempo inteiro
Com vontade engenho e arte
E coração prazenteiro.
Quem a escreve sem erre
E lhe chama evolução
Não passa de almocreve
Da contra – revolução.
Já o Caetano flanava
A bandeira evolução
Mas só na continuidade.
A essa o povo diz: Não!
Para evoluir é preciso
Saltar muros ir em frente
Em busca do paraíso
Na terra para toda a gente.

Sem erre a evolução
Não nos traz nada de novo.
Cravo Abril Revolução!
É este o grito do Povo.
Evolução? Com certeza!
Para pôr o país no são
Só cravos à portuguesa:
Flor de Abril Revolução!
Semente fermento e pão
De um povo que se quer livre
Do jugo da opressão
Pois que só livre se vive.
Escrita no pensamento
Na mente no coração
Nada apaga nem o tempo
A ideia Revolução.
Povo e Alegria aos molhos
Sorrisos Cravos aos mil
Razão de ser Luz dos olhos
Revolução Mês de Abril
Liberdade Amor Paixão
Abraços Democracia
Paz e pão Revolução
É esta a Hora Este o Dia!


André Moa
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* Mais sobre o autor:

sexta-feira, 22 de abril de 2005

A arte de viver

A arte de viver, Magritte
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"Calarei os maldizentes continuando a viver bem; eis o melhor uso que podemos fazer da maledicência"

Platão
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A maledicência e a inveja são muitas vezes apontadas como obstáculos ao correcto desenvolvimento de qualquer sociedade e das suas vivências.
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Existindo desde os primórdios da humanidade, nelas se revêem aqueles que se podem apontar como pequeninos de espírito, restando aos outros tentar não ligar, pura e simplesmente, ao fruto da inveja e da maledicência. É verdade... por vezes é muito difícil!!
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No entanto, muito provavelmente, o ensinamento de Platão será a melhor forma de fazer mitigar a ditadura da pequenez que, infelizmente, ainda reina por aí, fazendo-nos (re)descobrir e (re)criar a arte de viver...

terça-feira, 19 de abril de 2005

Habemus Papam


"Nuntio vobis gaudium magnum, habemus Papam"


Pouco depois das 16h50 (hora de Lisboa), o fumo branco que saiu da chaminé da capela Sistina revelou ter sido tomada uma decisão, provocando alegria entre os muitos fiéis presentes na Praça de São Pedro, no Vaticano.
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A decisão surgiu depois de quatro votações realizadas pelos cardeais - uma ontem à tarde e outras três efectuadas hoje, duas de manhã e mais uma esta tarde.
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Passados alguns minutos, o cardeal chileno Jorge Arturo Medina Estevez aparecereu à janela da Basílica de São Pedro para anunciar o nome do sucessor de João Paulo II, dizendo"Nuntio vobis gaudium magnum, habemus Papam" (Anuncio-vos uma grande alegria, temos Papa).
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A escolha recaiu sobre o Cardeal Joseph Ratzinger,
que tomou o nome de Bento XVI.
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Considerado por muitos conservador, talvez devido aos lugares que ocupou, ao longo dos próximos tempos iremos ver se consegue abrir tantas ou mais portas do que o seu predecessor... ou se cumpre a profecia de São Malaquias, revelando-se como a "Gloria Olivae" (Glória da Oliveira), segundo alguns.

domingo, 17 de abril de 2005

Verdades pintadas


"Se apenas houvesse uma única verdade, não poderiam pintar-se cem telas sobre o mesmo tema"

Pablo Picasso
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Verdades e interpretações.
Pedras de toque da nossa imaginação e do nosso ideário comum.
Criar, reinterpretar é pensar, desdogmatizando coisas que não são absolutas
mas sim capazes de evolução, da nossa própria evolução...

sábado, 16 de abril de 2005

Infortúnios


"Se todos os nossos infortúnios fossem colocados juntos e, posteriormente, repartidos em partes iguais por cada um de nós, ficaríamos muito felizes se pudéssemos ter apenas, de novo, só os nossos"

Sócrates
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Aqui está uma grande verdade, capaz de fazer calar muitos daqueles que levam o seu dia-a-dia sempre a queixarem-se da vida...
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Ainda temos muito para (re)aprender com os antigos Mestres...

sexta-feira, 15 de abril de 2005

Da leitura à escrita


"A leitura traz ao homem plenitude, o discurso segurança e a escrita exactidão"

Francis Bacon
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Ao ler esta frase de Bacon, perguntei-me qual desses meios seria o mais importante.
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Será a escrita por, através dela, se partilhar de forma mais perene o conhecimento?
Se assim o é, por certo caminhará a par com a leitura.
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Ou será o discurso devido à rapidez, espontaneidade e riqueza do mesmo, apesar se esgotar num momento?
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Serão todos?
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Ou nenhum?

quarta-feira, 13 de abril de 2005

Tesouro dos remédios da Alma




"No Egipto, as bibliotecas eram chamadas «Tesouro dos remédios da alma». De facto é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras"
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Jacques Bénigne Bossuet

terça-feira, 12 de abril de 2005

O valor da palavra

Electronic painting, Sabine Corneliu Buraga, 2002


«Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão»
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Madre Teresa de Calcutá

domingo, 10 de abril de 2005

Uma Palavra que seja...

Shanny, Jack Spencer, 2003
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"Um tolo que não diz palavra não se distingue de um sábio que se cala"

Jean Baptiste Poquelin Molière
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Sempre ouvi dizer que a palavra vivifica...
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Quer sejamos tolos, quer não, devemos sempre falar, escrever, soltar o que nos vai na alma,
sem receio de sermos censurados, glosando, recriando e criando a nossa existência e a dos outros…

sábado, 9 de abril de 2005

Questão premente




O século XXI será religioso ou não será?
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André Malraux
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Eis uma questão premente que mexe com todos, e que tem atormentado o espírito de filósofos, teólogos, sociólogos, políticos e de muitos cidadãos anónimos.
Que dizer deste novo século e dos seus desafios?

quarta-feira, 6 de abril de 2005

Passo a passo...


Por esse caminho fora vou palmilhando a vida, passo a passo.

Por vezes encontro grandes lombas, cansativas, entediantes, ou então muitas curvas difíceis, algumas delas ladeadas por precipícios bem fundos.

Outras vezes, entro em rectas bastante fluidas onde não há receio de me perder e onde se avista o horizonte, luminoso, inebriante.

Assim são os percursos de vida… O meu, o teu...

Dir-me-ão que também pode ser muito mais, e é verdade, pode ser aquilo que quisermos.

Uma coisa é certa, nunca o percorremos sozinhos… nunca estamos sós, mesmo que, de quando em vez, nos possamos sentir como nómadas.

Após esta pausa… resta-me referir que está na hora de retomar a estrada…

Onde vamos hoje?

terça-feira, 5 de abril de 2005

Obrigado


...................................Thank you!

.................................................................................................谢谢你

.........................................................
Obrigado!

............
Merci!

................................................................................................Danke schön!

..........................................¡Gracias

...........................................................................................
Dank u!

......................Grazie!
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É curioso como, por vezes, as pessoas se esquecem de agradecer aos outros por pequenos ou grandes gestos, actos ou factos.
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No entanto, ontem, por exemplo, fui confrontando com um episódio que me marcou positivamente: Ao entrar num autocarro, vejo um miúdo, talvez com seis ou sete anos de idade, a querer levantar-se de um banco para sair do transporte. Dei-lhe passagem, e o miúdo olhou para mim, agradeceu e saiu. Logo após, e perante a admiração geral, um senhor de idade, todo sorridente e extasiado, exclamou: É admirável, com aquela idade e a agradecer a cedência de passagem.
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Sim, de facto foi admirável. Foi exultante ver que, de entre os nossos jovens, a educação, a gentileza e a civilidade ainda estão presentes e nos permitem pensar que, no futuro, estaremos em boas mãos. Que aquele exemplo sirva de inspiração a nós próprios, adultos, para que no dia-a-dia não nos esqueçamos de agradecer sempre todos os gestos, grandes ou pequenos, que alguém tenha para connosco.
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Obrigado por nos teres feito sorrir!

segunda-feira, 4 de abril de 2005

João XXI – Um Papa português

Pedro Hispano Portugalense

Pedro Hispano Portugalense era o nome literário do filósofo português Pedro Julião, nascido em Lisboa entre 1205 e 1210 e falecido em Viterbo em 20 de Maio de 1277.

Estudou ciências humanas em Paris, onde, depois, terá sido professor. Estudou, também, medicina em Salerno ou na Sicília. Foi professor de Medicina em Siena, pelo menos entre 1245 e 1250, tendo neste último ano voltado a Portugal onde desempenhou os cargos de deão da Sé de Lisboa, de arcediago de Braga e de prior da Colegiada de Santa Maria de Guimarães. Tendo sido eleito arcebispo de Braga, não recebeu confirmação dado ter sido escolhido, em 1272, para médico do papa Gregório X, que o fez cardeal-arcebispo de Túsculo no ano seguinte.

Eleito papa em 20 de Setembro de 1276, tomou o nome de João XXI. No seu novo percurso empenhou-se na união a Roma dos cristãos do Oriente e na defesa dos lugares santos da Palestina. No que concerne a Portugal interveio de forma pacificadora nos conflitos surgidos entre D. Afonso III de Portugal e a Santa Sé. Também interveio no conflito entre Afonso de Castela e Filipe de França. Faleceu numa derrocada, enquanto inspeccionava o palácio papal de Viterbo.

Como filósofo e médico foi notável. O seu compêndio de lógica Summulae Logicales tornou-se o livro de texto de quase todas as faculdades de filosofia durante quatro séculos, e, como curiosidade, refira-se que entre 1474 a 1639 foi editado mais de 260 vezes, tendo sido traduzido para as línguas hebraica e grega. É-lhe atribuída a autoria do Thesaurus Pauperum, em que elenca os tratamentos recomendados para doenças de diversas partes do corpo humano. Escreveu muitas outras obras filosóficas e médicas, tendo sido considerado o homem mais douto do seu tempo.

sábado, 2 de abril de 2005

João Paulo II

Foto: Juan Pabloi
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Karol Józef Wojtyla
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(n. 18 de Maio de 1920, Wadowice, Polónia - f. 2 de Abril de 2005, Vaticano, Itália)
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Resquiescat in Pace

Mensageiro da Paz

No dia em que o pensamento de grande parte da humanidade, cristã ou não, está posto na Praça de São Pedro, em Roma, poucos são aqueles que ousam não aceitar João Paulo II como aquele que voltou a aproximar o Vaticano, a Igreja Católica, do homem.
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Conservador progressista, ao longo de mais de 26 anos soube como ninguém, manter os cânones e a tradição, aliando a essa visão as ideias de ecumenismo, de paz, de bem-estar social.
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Rezamos pela saúde, cada vez mais debilitada, e pela serenidade dos últimos momentos deste grande Papa, Homem do mundo, mensageiro da Paz.

sexta-feira, 1 de abril de 2005

Fragas de amor

Foto: Memento

Fragas e penedias da Beira Alta que sustentam os meus pés
Foste formadas do divino casamento da água com o ar.
Afeiçoadas, desbastadas ficaste, prontas para leito de paixões
Sussurrando estórias de amor, desejos e ansiando por amar.