As ilhas afortunadas
Que voz vem no som das ondas
Que não é a voz do mar?
É a voz de alguém que nos fala,
Mas que, se escutamos, cala,
Por ter havido escutar.
.
E só se, meio dormindo,
Sem saber de ouvir ouvimos,
Que ela nos diz a esperança
A que, como uma criança
Dormente, a dormir sorrimos.
.
São ilhas afortunadas,
São terras sem ter lugar,
Onde o Rei mora esperando.
Mas, se vamos despertando,
Cala a voz, e há só o mar.
.
Fernando Pessoa ( 1888 - 1935 ) Mensagem
4 comentários:
Gustavito, mais uma bela escolha! Adorei o teu comentário no meu canto. Comoveste-me, sabias? Há amizades que se encontram uma vez na vida e que se dão Graças por as termos. A tua é uma delas!
Meu querido, gostaria de ler algo da tua criação, tá? Alma sensível e criativa como a tua tem de se mostrar!
Um beijo carregado de ternuras!
Eu corroboro o que a anap diz! O Gustavo é um querido e uma alma muito sensível. Tomara que as tempestadas da vida não ensombrem e azedem essa sensibilidade tão linda que vem de si. Beijinho com o carinho da
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