domingo, 2 de agosto de 2020
A Senhora da Saúde em Longa
domingo, 19 de julho de 2020
"O Espírito das Águas" - In Correio de Tabuaço - Edição n.º 2 de 1 de Abril de 2004
PINTURA E POESIA
Abel Botelho - 150 anos do seu nascimento (2005)
Tesouros Artísticos de Tabuaço - Citânia de Longa - In Correio de Tabuaço - Edição 2 de 1 de Abril de 2004
Citânia de Longa
Denominação:
Citânia
de Longa.
Localização:
Monte
do Muro – Freguesia de Longa. Alerta-se, contudo, para os acessos difíceis, uma vez que ainda se
encontra em estudo a execução de uma estrada asfaltada que permita a sua visita
pelos turistas e pela população do concelho em geral.
Classificação:
Imóvel
de Interesse Público – pelo Decreto n.º 26-A/92, publicado no Diário da República n.º 126,
de 1 de Junho de 1992.
Época de Construção:
Final da Idade do Bronze / Idade do Ferro.
Cronologia Histórica Sumária:
Entre
os anos de 1200 e 700 antes de Cristo – Provável época de edificação e ocupação
do local.
Alta
Idade Média – Provável época de abandono do local com fixação no Povoado da
Encosta do Muro e na actual povoação de Longa, entre outros locais.
Ano de 1758 – Nas Memórias Paroquiais de Longa, redigidas
neste ano, o pároco Manuel da Guerra Torres, abade de Longa, descreve o sítio
da seguinte forma: "Perto da villa para a parte do Norte há hum monte
bastante mente levantado, no alto do qual se vê ainda hoje um pedaço de muro,
ou muralha fabricada de pedra miuda, e argamassa, ou bitume de admiravel
segurança, tendo para a parte do Oriente huma porta de entrada, e no meyo do
cabeço huma cadeira de pedra lavrada, que nos era ter servido de solio de
julgador, ou magestade dominante, sendo o cabeço pelas outras partes
inaccesivel. Há tradição, que foy assento, e fortaleza de Mouros. Chamasse o
Muro o dito monte".
1 de Junho de 1992 – O Castro ou Citânia de Longa é
classificado como Imóvel de Interesse Público, reconhecendo-se a sua grande
importância arqueológica.
2.º
Semestre de 1999 – A empresa Arquehoje, Lda., contratada pela Câmara Municipal
de Tabuaço, e após autorização do Instituto Português de Arqueologia, procede à
desmatação e limpeza da cobertura vegetal no
interior e na parte envolvente do sítio arqueológico, e ao restauro e
beneficiação da muralha exterior, através da sobreposição horizontal das lajes
tombadas, separadas das estruturas in situ pela utilização de redes de
arame zincado plastificadas a verde. São ainda colocados painéis explicativos e
placas de sinalização.
Tipologia
Povoado fortificado, megalítico, com planta longitudinal e
algo irregular, que terá tido função militar e residencial.
A entrada principal, voltada a Nordeste, encontra-se
protegida por uma forte muralha, de contornos arredondados e faces exteriores
inclinadas, diminuindo de espessura da base para o topo, com sensivelmente 250
metros de comprimento e cerca de 4 metros de largura, em média, terminando
junto à parte mais inacessível e escarpada do monte do Muro, que acaba por
rodear e proteger o resto do cume.
Mais para o interior, e adaptando-se à plataforma
superior da elevação, são visíveis os vestígios de uma segunda linha de muralha
de menores proporções, e que contornará o primitivo núcleo habitacional,
terminando a Sudoeste, ao lado de uma escarpa quase inacessível. Significativo
número de mós em granito, normalmente ovaladas, terão sido reutilizadas para a
execução da muralha exterior.
Futuras escavações arqueológicas permitirão
desvendar toda a parte edificada, actualmente coberta pela sedimentação de
séculos, e trarão à luz do dia e à compreensão das gerações actuais e futuras
as vivências de antigamente.
Gustavo
de Almeida