terça-feira, 3 de maio de 2005

Em catadupa...


Pois é...

Em catadupa
Vivemos acontecimentos,
Fervilhamos de ideias
Até à exaustão,
Quase extenuados com tudo
E todos...

Durante o dia…
Lembramo-nos de que é preciso fazer isto, pensar aquilo,
E, também, não esquecer daquilo...

Oh Deus!
E, ainda, telefonar a fulano,
Beltrano e sicrano...

Já agora, estar com o amigo w,
Reconfortar a amiga x,
felicitar a amiga y,
E, claro, não esquecer o familiar z.

Por fim, como uma formiga,
Recolher ao lar, depois do dever cumprido.
Ouvir música, tomar um repasto,
Sair para beber um café e ler um trecho…

Depois…
Ora, depois, como não poderia deixar de ser,
Escrever..., sim! Escrever, pois esta alma necessita de criar,
Ouvindo um pouco de música em jeito de tango,
Pois combina bem com a scripta.

Muito depois (ou pouco, conforme os dias),
Lançar-me para de debaixo dos lençóis,
Afagar a gata que se aninha aos pés,
Sentir-lhe o inefável ronronar de saudade.
Ler mais uma passagem como enleio,
Para os voos que se aproximam...

Fechar os olhos,
Relembrar momentos de carinho,
Tentando esquecer a raiva que, por vezes,
Outros nos tentam incutir,
E que durante o dia nos levam quase ao desespero.

Suavemente embriagar de sono,
Lentamente, lentamente… embalado até adormecer,
E entrar em sonhos saudosos do passado, do presente,
E do futuro…

4 comentários:

augustoM disse...

Gustavo. Viver minuta a minuto, sem agenda e sem programação, não fazendo ideia do que vamos fazer no minuto seguinte, era a maior liberdade do viver.
Um abraço. Augusto

Leonor disse...

vivemos da realidade e sobrevivemos dos sonhos...
tento fazer o contrário. para mim a alma é sem dúvida a mais importante de manter...

Anónimo disse...

gostei.. :)

Anónimo disse...

quando estamos naquela dormencia antes do sono chegar, tudo torna-se mais claro, e tem e sua devida importancia. :-)