segunda-feira, 16 de agosto de 2021


 RETRATO DE ABEL ACÁCIO DE ALMEIDA BOTELHO

N. TABUAÇO, PORTUGAL, 23.09.1854 – F. BUENOS AIRES, ARGENTINA, 24.04.1917

Desenho a grafite e aguarela sobre papel, 30x40cm, 2021

por Gustavo Monteiro de Almeida

 OFERTA DO AUTOR AO MUNICÍPIO DE TABUAÇO PARA INTEGRAR A COLECÇÃO DO MUSEU ABEL BOTELHO, EM TABUAÇO 

Oficial do Estado-maior do Exército Português, político, diplomata, jornalista, crítico de arte, ensaísta, poeta, dramaturgo, contista e romancista notável e «audacioso», Abel Acácio de Almeida Botelho nasceu em Tabuaço em 23 de Setembro de 1854, tendo falecido em Buenos-Aires em 24 de Abril de 1917, quando aí exercia as funções de Ministro Plenipotenciário de Portugal na República da Argentina, desde 1912.

Abel Botelho, enquanto escritor, é considerado um representante, em Portugal, do naturalismo de Émile Zola, e o seu maior expoente em terras portuguesas. A sua obra, tanto no teatro como na literatura, exceptuando o volume de contos Mulheres da Beira, pertence à categoria da literatura crua e dura, em que o autor debuxa, aliás com mão de mestre, os quadros da mais sórdida e doentia miséria social, como forma de crítica social.

Abel Botelho era considerado académico de mérito da Academia das Belas-Artes e membro da Comissão dos Monumentos Nacionais. Foi, também, um dos pais da bandeira da República Portuguesa, juntamente com Columbano Bordalo Pinheiro e João Chagas.

Abel Botelho também detinha dotes artísticos, desenhando com muita perfeição, à pena, e colaborando com desenhos na revista Occidente. Diz-se que muitas vezes elaborava esquiços dos espaços interiores e exteriores onde decorriam os enredos dos seus romances, como forma de auxílio para a elaboração da sua prosa.

Abel Botelho foi inúmeras vezes retratado e caricaturado por inúmeros artistas, nomeadamente Columbano Bordalo Pinheiro, António Ramalho, Francisco Valença, José Tagarro, entre outros. A estes junta-se agora, humildemente, Gustavo Monteiro de Almeida, em homenagem a este ilustre tabuacense.


ABEL ACÁCIO DE ALMEIDA BOTELHO PORTRAIT

B. TABUAÇO, PORTUGAL, 23.09.1854 – D. BUENOS AIRES, ARGENTINA, 24.04.1917

Graphite and watercolor drawing on paper, 30x40cm, 2021

by Gustavo Monteiro de Almeida 

OFFER FROM THE AUTHOR TO THE MUNICIPALITY OF TABUAÇO TO INTEGRATE THE COLLECTION OF THE ABEL BOTELHO MUSEUM, IN TABUAÇO 

Portuguese Army General Staff officer, politician, diplomat, journalist, art critic, essayist, poet, dramatist, storyteller and notable and «audacious» novelist, Abel Acácio de Almeida Botelho was born in Tabuaço on September 23, 1854, having deceased in Buenos-Aires on April 24, 1917, while exercised the functions of Plenipotentiary Minister of Portugal in the Republic of Argentina, since 1912.

Abel Botelho, as a writer, is considered a representative, in Portugal, of the naturalism of Émile Zola, and its greatest exponent in Portuguese lands. His work, both in theater and in literature, with the exception of the volume of short stories Mulheres da Beira, belongs to the category of raw and hard literature, in which the author draws, in fact with a master's hand, paintings of the most sordid and sickening social misery, as a form of social criticism.

Abel Botelho was considered an academic of merit at the Academia das Belas-Artes and a member of the National Monuments Commission. It was also one of the fathers of the Portuguese Republic flag, along with Columbano Bordalo Pinheiro and João Chagas.

Abel Botelho also had artistic skills, drawing to perfection, with pen, and collaborating with drawings for the Occidente magazine. It is said that he often made sketches of the interior and exterior spaces where the plots of his novels took place, as a way of helping to elaborate his prose.

Abel Botelho was portrayed and caricatured by countless artists, including Columbano Bordalo Pinheiro, António Ramalho, Francisco Valença, José Tagarro, among others. These are now humbly joined by Gustavo Monteiro de Almeida, in homage to this illustrious man born in Tabuaço.


PORTRAIT D'ABEL ACÁCIO DE ALMEIDA BOTELHO

N. TABUAÇO, PORTUGAL, 23.09.1854 – D. BUENOS AIRES, ARGENTINA, 24.04.1917

Dessin au graphite et aquarelle sur papier, 30x40cm, 2021

par Gustavo Monteiro de Almeida 

OFFRE DE L'AUTEUR À LA MUNICIPALITÉ DE TABUAÇO POUR INTÉGRER LA COLLECTION DU MUSÉE ABEL BOTELHO, EN TABUAÇO 

Officier d'état-major de l'armée portugaise, homme politique, diplomate, journaliste, critique d'art, essayiste, poète, dramaturge, conteur et romancier notable et « audacieux », Abel Acácio de Almeida Botelho est né à Tabuaço le 23 septembre 1854, et décédé à Buenos- Aires le 24 avril 1917, alors qu'il y exerçait les fonctions de ministre plénipotentiaire du Portugal en République d'Argentine, depuis 1912.

Abel Botelho, en tant qu'écrivain, est considéré comme un représentant, au Portugal, du naturalisme d'Émile Zola, et son plus grand représentant en terres portugaises. Son œuvre, tant théâtrale que littéraire, à l'exception du volume de nouvelles Mulheres da Beira, appartient à la catégorie de la littérature brute et dure, dans laquelle l'auteur dessine, en fait d'une main de maître, des peintures des plus misère sociale sordide et écoeurante, comme forme de critique sociale.

Abel Botelho était considéré comme un universitaire de mérite à l'Academia das Belas-Artes et membre de la Commission des monuments nationaux. C'était aussi l'un des pères du drapeau de la République portugaise, avec Columbano Bordalo Pinheiro et João Chagas.

Abel Botelho avait également des compétences artistiques, dessinant à la perfection, à la plume et collaborant avec des dessins pour le magazine Occidente. On dit qu'il a souvent fait des croquis des espaces intérieurs et extérieurs où se déroulaient les intrigues de ses romans, afin d'aider à élaborer sa prose.

Abel Botelho a été dépeint et caricaturé par d'innombrables artistes, dont Columbano Bordalo Pinheiro, António Ramalho, Francisco Valença, José Tagarro, entre autres. Ceux-ci sont maintenant humblement rejoints par Gustavo Monteiro de Almeida, en hommage à cet homme illustre né à Tabuaço.

domingo, 2 de agosto de 2020

A Senhora da Saúde em Longa




A Senhora da Saúde em Longa
Reza a história que, no início do séc. XVI, uma epidemia assolou as ruas de Lisboa, afectando em especial a classe militar. Temendo a terrível doença, os artilheiros da Corte invocaram o auxílio do mártir S. Sebastião, soldado romano em vida e invocado como advogado contra a peste, a fome e a guerra.
Ouvida a prece, os artilheiros fundaram em 1505 a Irmandade de S. Sebastião e ergueram a actual ermida que alberga o santo, junto ao postigo da Mouraria em Lisboa. Durante anos, foi essa classe militar que manteve viva a devoção a S. Sebastião, através de cerimónias financiadas com os descontos obrigatórios que os próprios sofriam nos seus salários.
Em 1569, uma segunda peste assolou Lisboa. Faleceram entre 50 a 60 mil pessoas numa cidade com cerca de 120 mil habitantes. Consta que chegaram a fazer-se mais de 600 enterros por dia. As cortes de D. Sebastião refugiaram-se em Sintra e fecharam-se as portas da cidade de Lisboa.
No terror da epidemia, povo e nobreza juntaram preces e pediram o auxílio da Virgem Santíssima, mandando esculpir uma imagem que foi benzida com o título de Nossa Senhora da Saúde e que foi exposta para adoração na ermida do Colégio de Jesus dos Meninos Órfãos. Fundou-se então a Irmandade com o mesmo nome. Em 1570, o senado da Câmara de Lisboa mandou celebrar, no dia 20 de Abril, a primeira procissão em honra de Nossa Senhora da Saúde. Dois anos depois deliberou-se repetir anualmente as cerimónias.
Em 1596, a Igreja converteu-se na paróquia de S. Sebastião – posteriormente transferida para a Igreja do Socorro – para onde, em 1662, foi transferida a imagem da Senhora da Saúde. As duas Irmandades uniram-se numa só tendo como Provedor o Rei. Não tardou a que o culto se estendesse a outros locais do país e a Longa, por exemplo, onde até ao ano de 1930 a Senhora da Saúde foi venerada na capela do Mártir São Sebastião.
Nesse mesmo ano foi inaugurado em Longa um novo templo dedicado a Nossa Senhora da Saúde, a expensas do povo e de beneméritos, como por exemplo o Sr. Boaventura José de Carvalho, cujo nome ficou guardado para a posterioridade com a atribuição do seu nome a uma rua da freguesia, e os falecidos pais da Sra. Natália Gomes Leal, tendo estes últimos cedido o terreno onde o santuário ficou implantado e custeado a deslocação da capelinha de Nossa Senhora da Guia.
O projecto do templo de Nossa Senhora da Saúde foi gizado sob o risco do Mestre José António de Sousa e seu irmão Luís de Sousa, mestres canteiros de Longa, naturais de Barcos, tendo as obras sido seguidas de perto por outra figura de vulto do Concelho de Tabuaço – o falecido Sr. Manuel Vicente da Cruz, então Presidente da Junta de Freguesia de Longa, e que foi Presidente da Câmara Municipal de Tabuaço entre 27.01.1949 e 24.09.1953.
Trata-se de um templo revivalista, de traça neoclássica, contendo no seu interior o coro-alto, o púlpito e a capela-mor trabalhados no mesmo estilo em madeira de castanho, obra de mestres portuenses. O altar-mor é imponente, de grandes dimensões, com colunas toscanas que ladeiam o trono onde se situa a imagem de vulto de Nossa Senhora da Saúde, em barro policromo novecentista, e que veio substituir a imagem antiga, da primeira metade do séc. XVIII, que se encontra guardada na Casa do Abade.
Do alto deste monte, onde se encontra implantado o Santuário de Nossa Senhora da Saúde, vislumbra-se uma das mais belas paisagens do concelho de Tabuaço, com o denominado monte do Muro a Norte, a povoação quase milenar de Longa e os vales dos rios Tedo e Tedinho a Oeste, Castelo e Nagosa a Sudoeste e a Sul e Arcos a Este.

domingo, 19 de julho de 2020

"O Espírito das Águas" - In Correio de Tabuaço - Edição n.º 2 de 1 de Abril de 2004


PINTURA E POESIA


O ESPÍRITO DAS ÁGUAS

A obra

Com o fim de sensibilizar todos para o problema da Água ao nível mundial, e pretendendo consciencializar o cidadão comum acerca do dever que lhe impende em defender aquele recurso precioso, a pintora Dad, natural de Lagos, e o poeta André Moa, natural de Tabuaço, movidos pela paixão comum de criação e de fundamentação da sua cidadania, visualizando uma nova forma de inspiração e influência recíproca nas suas obras, Pintura e Poesia, escolheram, desta feita, o tema da Água, elemento criador e vivificador, e a sua importância para o ser humano enquanto geradora de vida e de sentido.

Desse modo, foi lançado no passado dia 22 de Março, no Auditório da Biblioteca Municipal de Portalegre, o livro e o CD-ROM «O Espírito das Águas», que consubstanciam a reprodução das telas e dos poemas dos autores, sob influência e ode recíprocas, alusivos à água.

O referido projecto conta com o apoio e patrocínio de diversas entidades públicas e privadas, nomeadamente das Câmaras Municipais de Lagos, Portalegre, Tabuaço e Tavira, da EPAL e do Museu da Água da EPAL, da Junta de Freguesia do Estoril, da Universidade de Coimbra e da Sociedade Agrícola de Pias.

Ainda no que concerne ao livro, este encontra-se brilhantemente prefaciado pela Sra. Dra. Margarida Ruas, Directora do Museu da Água da EPAL e Presidente da APOREM, e pelo Sr. Eng.º Macário Correia, Presidente da Câmara Municipal de Tavira.

No que concerne ao apoio e patrocínio concedido pela Câmara Municipal de Tabuaço, de cuja vila é natural o poeta André Moa (pseudónimo do Sr. Dr. José Guilherme Macedo Fernandes), foi deliberado por unanimidade, em sessão daquele órgão, a aquisição de 350 exemplares do livro com vista à sua oferta, também no passado dia 22 de Março – Dia Mundial da Água – às escolas do concelho, encontrando-se em estudo outras formas de promoção da obra em Tabuaço e que serão oportunamente divulgadas.

Na sequência do lançamento do livro e do CD-ROM foi também inaugurada uma exposição das pinturas de Dad que ilustram o livro, e que irá estar patente na sala Polivalente da Biblioteca Municipal de Portalegre até ao próximo dia 21 de Abril. Tratando-se de uma exposição itinerante, que os autores pretendem que percorra diversos pontos do país, dado o seu carácter pedagógico, encontram-se já agendadas outras exposições, designadamente no Estoril (em Julho) e em Lagos (15 de Agosto a 15 de Setembro).



CD-ROM com música de compositor tabuacense

Como nota de curiosidade, a versão em CD-ROM da obra o Espírito das Águas, é acompanhada por uma banda sonora de um compositor e interprete também nascido em Tabuaço (Barcos) e desde novo radicado no Brasil. Referimo-nos a Norberto Macedo, conhecido compositor, exímio intérprete e consagrado professor de violão (viola clássica) no Brasil, e que tem vindo a formar muitos músicos brasileiros conhecidos.

Como concertista, Norberto Macedo é considerado um virtuoso intérprete capaz de impressionar com a sua técnica as mais exigentes plateias e de fazer nascer no íntimo de quem o escuta as mais subtis emoções.

A revista americana «Creative Guitar Internacional» publicou há alguns anos um artigo intitulado «Brazilian Macedo Performs, Composes» em que Norberto Macedo foi elogiado tanto pela sua técnica e interpretação, como pelas suas composições, considerando que “o talento de Norberto Macedo impressiona como um diamante lapidado a partir da melhor gema”. Posteriormente, a mesma revista divulgou em versão simplificada o seu choro «Recordações».



Dad – Uma obra plena de emoções

Dad nasceu no Algarve, em Lagos. Desde sempre desenhou e pintou, tendo frequentado o Atelier de diversos pintores amigos. Por eles foi incentivada a mostrar o seu trabalho, o que só aconteceu depois de muitos anos de dedicação à pintura e à cerâmica. Passou por fases diversas, mas as suas mostras públicas só se iniciaram no período em que a sua pintura tomou o caminho do neo-figurativo e da abstracção.

Tendo vivido em Londres, em Luanda e em Paris, onde ainda teve Atelier, foi absorvendo tonalidades, vivências e emoções que muito contribuíram para consolidar as formas, as manchas e as cores que expressa na sua pintura. “Tratando-se de uma pintura sensitiva, projecto de compromisso entre o visível e o invisível”, nas suas próprias palavras, a pintora tem procurado transmitir através de técnicas mistas, ora suaves ora profundas, o eco desses dois planos sempre presentes.

Os seus trabalhos encontram-se em colecções particulares um pouco por todo o mundo e está representada em colecções públicas e privadas em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente no Museu da Água da EPAL, na APPLA, na EDM, na ROCHE, na Associação Viver Criança, na CEDEMA, na Associação dos Familiares e Amigos dos doentes de Ahlzeimer, etc.

A sua obra é referida nos livros editados pelo Museu da Água da EPAL, na edição de 1993 do livro «As Artes Plásticas em Portugal», na edição «Pintores Portugueses», de 2001, e participou até ao presente em cerca de 70 exposições individuais e colectivas, em Portugal e no estrangeiro.

André Moa – Um poeta do Douro

André Moa (pseudónimo literário de José Guilherme Macedo Fernandes, natural de Tabuaço - concelho românico do Alto Douro) cedo manifestou pendor para as artes, nomeadamente para a música e para a poesia. Licenciado em Direito, foi magistrado, advogado, professor, autarca, técnico superior e dirigente da Segurança Social, encontrando-se actualmente a exercer o cargo de Secretário-Geral Adjunto do MSST.

A sua obra literária distende-se pela poesia, pelo teatro, pelo conto, pelo romance e pelo ensaio. Consta da antologia «14 Poetas daqui e de agora» – 1973 (Angra do Heroísmo – Açores). Participou na Exposição Colectiva de poesia e pintura – 1974 (Angra do Heroísmo – Açores), na Exposição de pintura e poesia, com a pintora Dad, “Fusões e emoções” – 2002 (Centro Cultural de Lagos), na Exposição de poesia e pintura dos países de expressão portuguesa, “Sílabas e afectos da Lusofonia”- 2002 (no Centro Cultural Casapiano – Lisboa), e em Exposições de pintura e poesia, com a pintora Dad, em 2002, no Centro Cultural de Lagos, Centro Cultural Casapiano e na Póvoa de Varzim.

Alguns títulos da sua obra:

Cantata da paz em dó menor;
Poemacão;
Poemas indefinidos;
Do sentimento à razão;
P(ovo);
De grau 8;
Espaço disponível;
Liturgia das horas;
Nocturnos;
O pensamento das árvores;
Barqueiro do rio homem;
Noites de argila;
Medos e mitos;
Uma réstia de amor;
O Imperador;
A guerra do Garnel;
Felizmente a vida.

Livros de pintura e poesia, em parceria com a pintora Dad:

«Lorosa’e» e «O Espírito das Águas».


Gustavo Monteiro de Almeida

ALMEIDA, Gustavo Monteiro de Almeida, "O Espírito das Águas", in Correio de Tabuaço, Edição n.º 2, de 1 de Abril de 2004


Abel Botelho - 150 anos do seu nascimento (2005)

.
António Ramalho, Retrato de Abel Acácio Botelho, 1889, Museu do Chiado
.
.
Abel Acácio de Almeida Botelho
(n. em Tabuaço a 23 de Setembro de 1855 - f. em Buenos Aires a 24 de Abril de 1917)
.
Abel Acácio de Almeida Botelho nasceu na vila de Tabuaço no ano de 1855, no seio de uma família de grandes proprietários rurais e miguelistas ferrenhos. Tendo-se iniciado na carreira militar, acabou por se tornar o expoente máximo do Naturalismo português, na esteira de Emile Zola.
.
Na literatura, o seu primeiro livro foi Lira insubmissa, a que se seguiram O Barão de Lavos, abrindo o ciclo que intitulou de «Patologia Social» (pretendia criticar os vícios da sociedade), O Livro de Alda, Amanhã, Lázaros, Fatal dilema, Sem remédio, Próspero Fortuna e Amor creoulo (a sua última obra).
.
Entre muitos outros motivos de interesse e curiosidades acerca da sua vida e obra, pode-se referir que presidiu à Comissão encarregue de aprovar a Bandeira da República em 1911.
.
Aqui fica uma humilde homenagem a um grande homem de Portugal.
.
.....................................................................................Gustavo de Almeida - Nota: Artigo Publicado neste blog em Março de 2005

Tesouros Artísticos de Tabuaço - Citânia de Longa - In Correio de Tabuaço - Edição 2 de 1 de Abril de 2004

 

 Tesouros Artísticos de Tabuaço

 

Citânia de Longa


Denominação:

Citânia de Longa.

Localização:

Monte do Muro – Freguesia de Longa. Alerta-se, contudo, para os acessos difíceis, uma vez que ainda se encontra em estudo a execução de uma estrada asfaltada que permita a sua visita pelos turistas e pela população do concelho em geral.

 

Classificação:

Imóvel de Interesse Público – pelo Decreto n.º 26-A/92, publicado no Diário da República n.º 126, de 1 de Junho de 1992.

 

Época de Construção:

Final da Idade do Bronze / Idade do Ferro.

Vista Geral

Cronologia Histórica Sumária:

Entre os anos de 1200 e 700 antes de Cristo – Provável época de edificação e ocupação do local.

 

Alta Idade Média – Provável época de abandono do local com fixação no Povoado da Encosta do Muro e na actual povoação de Longa, entre outros locais.

 

Ano de 1758 – Nas Memórias Paroquiais de Longa, redigidas neste ano, o pároco Manuel da Guerra Torres, abade de Longa, descreve o sítio da seguinte forma: "Perto da villa para a parte do Norte há hum monte bastante mente levantado, no alto do qual se vê ainda hoje um pedaço de muro, ou muralha fabricada de pedra miuda, e argamassa, ou bitume de admiravel segurança, tendo para a parte do Oriente huma porta de entrada, e no meyo do cabeço huma cadeira de pedra lavrada, que nos era ter servido de solio de julgador, ou magestade dominante, sendo o cabeço pelas outras partes inaccesivel. Há tradição, que foy assento, e fortaleza de Mouros. Chamasse o Muro o dito monte".

 

1 de Junho de 1992 – O Castro ou Citânia de Longa é classificado como Imóvel de Interesse Público, reconhecendo-se a sua grande importância arqueológica.

 

2.º Semestre de 1999 – A empresa Arquehoje, Lda., contratada pela Câmara Municipal de Tabuaço, e após autorização do Instituto Português de Arqueologia, procede à desmatação e limpeza da cobertura vegetal no  interior e na parte envolvente do sítio arqueológico, e ao restauro e beneficiação da muralha exterior, através da sobreposição horizontal das lajes tombadas, separadas das estruturas in situ pela utilização de redes de arame zincado plastificadas a verde. São ainda colocados painéis explicativos e placas de sinalização.

 

Porta das muralhas exteriores

Tipologia

Povoado fortificado, megalítico, com planta longitudinal e algo irregular, que terá tido função militar e residencial.

 

A entrada principal, voltada a Nordeste, encontra-se protegida por uma forte muralha, de contornos arredondados e faces exteriores inclinadas, diminuindo de espessura da base para o topo, com sensivelmente 250 metros de comprimento e cerca de 4 metros de largura, em média, terminando junto à parte mais inacessível e escarpada do monte do Muro, que acaba por rodear e proteger o resto do cume.

 

Mais para o interior, e adaptando-se à plataforma superior da elevação, são visíveis os vestígios de uma segunda linha de muralha de menores proporções, e que contornará o primitivo núcleo habitacional, terminando a Sudoeste, ao lado de uma escarpa quase inacessível. Significativo número de mós em granito, normalmente ovaladas, terão sido reutilizadas para a execução da muralha exterior.

 

Futuras escavações arqueológicas permitirão desvendar toda a parte edificada, actualmente coberta pela sedimentação de séculos, e trarão à luz do dia e à compreensão das gerações actuais e futuras as vivências de antigamente.

  

Gustavo de Almeida


 ALMEIDA, Gustavo Monteiro de,Tesouros Artísticos de Tabuaço – Citânia de Longa  - In «Correio de Tabuaço», pág. 12, Tabuaço, Edição n.º 2, de 1 de Abril de 2004


Tesouros Artísticos de Tabuaço - Igreja Matriz de Barcos - In Correio de Tabuaço - Edição 1 de 15 de Março de 2004


Tesouros Artísticos de Tabuaço


Igreja Matriz de Barcos

Denominação:
Igreja Matriz de Barcos / Igreja de Nossa Senhora da Assunção.

Localização:
Povoação de Barcos – Freguesia de Barcos.

Classificação:
Monumento Nacional – pelo Decreto n.º 8175, publicado no Diário do Governo n.º 110, de 2 de Junho de 1922.

Época de Construção:
Sécs. XIII, XIV, XVII e XVIII.

Portal principal, românico

Cronologia Histórica Sumária:
Sécs. XIII / XIV – Edificação do templo, sede de colegiada, no meio da vila de Barcos, com consequente mudança da função paroquial da antiquíssima igreja da Senhora do Sabroso, que era a matriz, para este novo templo (a igreja da Senhora do Sabroso continuou, no entanto, a servir de igreja paroquial a Pinheiros, Carrazedo e Santa Leocádia, até ao séc. XVIII).

Finais do séc. XVII – Execução da talha dos altares e do arco cruzeiro.

Inícios do séc. XVIII – Feitura do Púlpito, em madeira de castanho com embutidos em bronze.

1.ª metade do séc. XVIII – Execução e pintura dos caixotões dos tectos da capela-mor, da nave e da sacristia, e pintura dos belos grotescos que adornam as faces interiores do arco cruzeiro.

1720 – Obras de beneficiação do arco triunfal conforme data epigrafada.

Cerca de 1764 – Alterações no corpo da capela-mor, designadamente através da abertura de novos janelões.

Cerca de 1870 – Destruição do tecto de caixotões da nave.

1992 – Construção de novo tecto na nave, em madeira, pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN).

1998 – Diversas obras de recuperação, pela DGEMN, designadamente a reconstrução do coro-alto, em estrutura metálica, e do pavimento e tecto, em madeira.

Aspecto geral da Capela-mor, seu altar em estilo 
barroco nacional e tecto de caixotões

Tipologia
Templo de arquitectura românica, gótica, maneirista e barroca, com planta longitudinal composta por nave única, capela-mor rectangular, mais estreita e baixa, e sacristia adossada ao lado Norte. Possui cornija sustentada por cachorros com decoração românica. O portal principal, que se rasga no alçado voltado a Oeste, possui arco de volta perfeita, com tímpano cego, e assenta em duplos colunelos laterais, cujos capitéis são decorados com figuras satíricas. As impostas são ornamentadas com motivos fitomórficos, tal como as arquivoltas. A arquivolta exterior encontra-se decorada com pequenas esferas. Os pórticos laterais, góticos, apresentam arco apontado.

No seu interior guarda retábulos e arco cruzeiro em talha dourada do denominado estilo barroco nacional. Conserva excelentes pinturas representando cenas da vida da Virgem e do Senhor no tecto de caixotões da capela-mor, bem como frescos pintados nos muros posteriores dos altares. Dois arcossólios góticos com arco apontado rasgam-se nos muros interiores da nave.

Trata-se de um imóvel sobre o qual ainda recaem muitas incertezas cronológicas quanto à época exacta de edificação, embora a maioria dos autores filie a sua arquitectura de base no estilo românico.

Nas palavras do Reverendo Padre Ismael Vilela (pároco de Barcos entre 1909 e 1938), retiradas da sua obra «A Collegiada de Barcos», de 1924, “a Egreja de Barcos, como as similares romanicas, é severa como uma sentença bíblica, recatada como um cenobita; é como a impenetrabilidade d’um dogma, embora se insinue como uma carícia evangelica (…); mas é um monumento venerando que athesta, com a sua perfeição architectonica, a belleza de um estylo e a religiosidade d’um povo!”.

 Gustavo de Almeida



ALMEIDA, Gustavo Monteiro de, Tesouros Artísticos de Tabuaço - Igreja Matriz de Barcos - In «Correio de Tabuaço», pág. 12, Tabuaço, Edição n.º 1, de 15 de Março de 2004

Tesouros Artísticos de Tabuaço - Igreja de S. Pedro das Águias (o Velho) - In Correio de Tabuaço - Edição 0 de 1 de Março de 2004


Tesouros Artísticos de Tabuaço

Com esta primeira edição do Correio de Tabuaço iniciamos uma rubrica referente ao património cultural de Tabuaço. Pretende-se, através da mesma, dar a conhecer aos leitores, em geral, e a todos os Tabuacenses, em especial, o valioso património cultural do concelho, classificado ou não, de uma forma simples e objectiva.

Igreja São Pedro das Águias



Denominação:
Igreja de São Pedro das Águias (o Velho).

Localização:
Lugar de São Pedro das Águias – Freguesia de Granjinha

Classificação:
Imóvel de Interesse Público – Por Decreto n.º 39175 – Diário do Governo n.º 77, de 17 de Abril de 1955. Zona Especial de Protecção – Diário do Governo n.º 132, de 4 de Junho de 1954.

Época de Construção:
Sécs. XI / XII / Inícios do séc. XIII.

Cronologia Histórica Sumária:
Sécs. X / XI – Segundo tradição antiga, terá sido fundada pelos ascendentes dos Távora, D. Tedon e D. Rausendo, que mandaram construir a igreja para albergar pequena comunidade de monges beneditinos.

Cerca de 1117 – Escritura ou prazo de confirmação ligado à fundação do convento entre os frades beneditinos e D. Pedro Ramires e D. João Ramires, padroeiros do mosteiro, e descendentes de D. Rausendo, mudando o Mosteiro para o sítio actual, em Távora.

Séc. XII – Provável reconstrução e melhoramentos.

1170 – O Mosteiro novo aparece já referido como pertencendo à Ordem de Cister.

Entre os sécs. XII e XIX – Os monges bernardos de São Pedro das Águias mantêm o templo primitivo, sendo organizados, com regularidade, procissões e outros actos cultuais.

1834 – Com a extinção das ordens religiosas o edifício é votado ao abandono, acabando por cair em ruína.

Entre 1953 e 1955 – O templo é restaurado e recuperado pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, com grande fidedignidade, uma vez que a maior parte das peças originais encontravam-se entre as paredes muito arruinadas.



Tipologia
Templo de arquitectura românica, de pequena dimensão, com planta longitudinal, orientada, composta por nave única e capela-mor rectangular. Possui cornija sustentada por cachorros. Os portais principal e axial possuem arcos de volta inteira, com arquivoltas assentes em colunelos capitelizados e tímpanos decorados, que se distinguem pela profusa ornamentação figurativa e simbólica, combinando motivos geométricos, fitomórficos, zoomórficos e antropomórficos, a que se junta um Agnus Dei e uma Cruz envolta em laçaria. Uma inscrição em latim no fecho do arco do portal axial pede ao “Deus dos Exércitos” que guarde a entrada e saída do templo. É considerada uma das jóias da arquitectura românica em Portugal, apesar das lendas e incertezas cronológicas que pairam sobre a mesma.

Gustavo de Almeida

ALMEIDA, Gustavo Monteiro de, Tesouros Artísticos de Tabuaço - Igreja de S. Pedro das Águias (o Velho) - In «Correio de Tabuaço», pág. 12, Tabuaço, Edição n.º 0, de 1 de Março de 2004


Tabuaço - Um concelho para o séc. XXI - In Correio de Tabuaço - Edição 0 de 1 de Março de 2004


Tabuaço – Um concelho para o século XXI

É com alegria e intenso prazer que escrevemos estas linhas, neste novo jornal do concelho de Tabuaço, o Correio de Tabuaço, e desejamos-lhe vida longa e profícua, levando por toda a parte a voz deste município e de tudo o que de bom os Tabuacenses sabem fazer.

Que sirva os seus objectivos com rigor e com verdade, ajudando à construção de um concelho forte, equilibrado, assente na fraternidade, liberdade, criatividade e respeito pelo ambiente, cultura, turismo e desenvolvimento sustentado.

Se olharmos para trás, para tudo aquilo que a vila de Tabuaço e as suas freguesias já passaram, pode-se com toda a certeza esboçar um sorriso. No entanto, tal não significa que não tenha havido sofrimento por parte dos seus habitantes, porque o houve.

Nos dias de hoje, apesar de muitos dos seus filhos se encontrarem fora do concelho a residir, pode-se dizer que a história trouxe maior conforto e comodidades, bem como novas necessidades e apreensões.

No entanto, desde há cerca de duzentos anos que as nossas freguesias têm vindo a ser esvaziadas de gente que, procurando melhorar as suas condições de vida, calcorreiam o mundo, fora das nossas fronteiras, fixando residência no Brasil, nos Estados Unidos, em muitos dos países da Europa Ocidental (da qual fazemos parte ainda que não nos queiramos lembrar), ou, muito simplesmente, cá dentro de Portugal em cidades como Viseu, Lamego, Porto, Lisboa, Coimbra, ou até no Algarve.

No momento actual a população residente do concelho de Tabuaço ronda os 7 mil habitantes, enquanto que fora do mesmo deverão residir cerca de 30 mil Tabuacenses e seus descendentes. Que bom que seria se estes se lembrassem de voltar para as suas terras, tal como têm sonhado, na certeza de que serão acolhidos de braços abertos pelos seus conterrâneos.

Ora, tal tem sucedido com alguns, que ansiavam por isso desde há muito. No entanto, a grande maioria se calhar por vezes até se esquece de que nasceu em Tabuaço, ou em alguma das suas freguesias e lugares. Esperemos que não.

No retorno às suas origens, anualmente, por ocasião das festas e romarias populares lá vêm cumprir promessas e comparar a sua terra natal com a terra da sua residência.

Mas, será que se lembram efectivamente de que podem e devem fazer algo mais pelas suas terras além de vir apenas gastar dinheiro nas festas e no fogo de artifício? Dizemos isto, apesar de sabermos que as festas são importantes para cada uma das freguesias e de que o fogo de artifício, desde que executado em condições de segurança, é motivo de brio para os nossos bailes e arraiais, mas ficamos, por vezes, com a sensação de que realmente não sabem como ajudar a sua freguesia.

Mas, voltamos a repetir, podem e devem efectivamente fazer algo mais pelas suas terras, em termos de desenvolvimento local.

Claro que existem excepções, e claro que Tabuaço sofre dos mesmos males que todos os concelhos do interior do país.

No entanto, Tabuaço e as suas freguesias têm diversos trunfos para poderem vingar neste novo milénio:

- A sua população, que detém uma forma de estar e de ser muito peculiar e própria, capaz dos maiores altruísmos, actos de fraternidade e deveres de cidadania (apesar de por vezes esquecidos).

- Terras riquíssimas que espelham uma grande diversidade de solos, excelentes para o vinho do Porto e os vinhos mesa do Douro e da Beira, a oliveira, a cortiça, o sabugueiro, as árvores de fruto, os produtos hortícolas, entre muitos outros produtos da terra.

- Uma paisagem natural ímpar e diversificada, capaz de fazer regalar os olhos a qualquer turista que passe por cá, e que volta a passar depois de ter fixado algum pormenor da natureza que lhe mexeu com a alma.

- Um património cultural de respeito, em grande quantidade, qualidade e das mais diversas tipologias, calculado em mais de 400 imóveis e sítios arqueológicos, entre outros (veja-se a classificação do Alto Douro Vinhateiro como património Mundial, pela UNESCO, e do qual cerca de 1/3 do território tabuacense faz parte).

- Riquezas minerais, já exploradas anteriormente em períodos da história recente.

- Entre muitos outros atractivos.

Para que Tabuaço possa retirar proveito de todas estas potencialidades é necessário que todos tenham consciência de que o desenvolvimento não passa apenas pelas mãos das autarquias (câmara municipal e juntas de freguesia) que muito têm feito apesar dos, por vezes, parcos meios, mas também pelas mãos de cada um, de acordo com as suas potencialidades e capacidades.

Cabe pois a todos, sem exclusão, a tarefa de construir um futuro bom e melhor, em conjunto com a Câmara Municipal e Juntas de Freguesias, e através do associativismo, no respeito pelos direitos de cada um, e com vista ao desenvolvimento do bem comum.

Podem vir dizer que dá muito trabalho, que não sabem como fazer as coisas, mas não podem dizer que não está ao seu alcance a possibilidade de se informarem e de se juntarem e reunirem com vista ao desenvolvimento de alguma ideia que surja.

Tem que existir vontade de mudar, ainda que custe muito para alguns que apenas estão habituados a falar mal e a criticar, e tem de haver vontade, para aqueles que já fazem algo, de poderem fazer ainda mais e melhor.

Todos somos responsáveis por isso e todos o merecemos, tal como os nossos herdeiros merecem um futuro melhor, sempre melhor.

Brindamos, pois, ao Correio de Tabuaço, e ansiamos para que seja um motor de desenvolvimento local, com brio, rigor e profissionalismo, tal como Tabuaço necessita.

Gustavo de Almeida

ALMEIDA, Gustavo Monteiro de, Tabuaço - Um concelho para o séc. XXI - In «Correio de Tabuaço», pág. 9, Tabuaço, Edição n.º 0, de 1 de Março de 2004

terça-feira, 14 de julho de 2015

50.º ANIVERSÁRIO - LPFR | FAO – 11 de Julho de 1965

50.º ANIVERSÁRIO - LPFR | FAO – 11 de Julho de 1965
Perfazem-se hoje 50 anos da inauguração do Aeroporto Internacional de Faro pelo então Presidente da República Portuguesa Almirante Américo Tomaz. O LPFR (como costuma ser identificado pelas normas ICAO) ou FAO (normas IATA), localiza-se a 9 quilómetros da cidade de Faro, na freguesia de Montenegro, servindo toda a região do Algarve.
A inauguração, em 11 de Julho de 1965, contou com um Lockheed Super Constellation – L-1049G da TAP, provindo de Lisboa e que transportava 84 passageiros, designadamente o Ministro das Corporações, o Secretário de Estado da Aeronáutica, o Secretário Nacional de Informação, o Ministro dos Transportes da Alemanha, entre outras inúmeras individualidades, bem como com um Douglas DC-3 da então DGAC – Direcção Geral da Aeronáutica Civil, transportando também entidades oficiais.
Durante 50 anos o Aeroporto Internacional de Faro, que é considerado na actualidade o terceiro maior aeroporto internacional de Portugal em termos de tráfego aéreo, tem sido renovado e ampliado, crescendo em conjunto com a turística região do Algarve, em que se insere, sendo explorado pela ANA – Aeroportos de Portugal, SA, que de forma hábil e sempre a olhar para o futuro tem já projectados novos investimentos que o tornarão ainda mais cómodo e com linhas futuristas.
O Aero Club de Portugal formula neste dia de festa os votos de longa e profícua vida para o Aeroporto Internacional de Faro, para a ANA – Aeroportos de Portugal, SA e seus colaboradores e para toda a região do Algarve, que por ele é servida.
Centro de Documentação, História e Património
Aero Club de Portugal


segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O Mar na Escócia



É incrível como a alma,
É um mar de inspiração,
Um mar com um farol,
Lá ao longe, na Escócia.
Se bem o vejo pela percepção das sensações,
O mar é tumultuoso,
Debate-se contra as rochas,
Grita, chora, como quem
Chama por alguém,
Revolta-se às vezes em grandes ondas,
Desesperado.
Irado, embate a sua raiva,
De encontro ao farol,
Às vezes iluminado, outras vezes,
Negro de uma escuridão triste.
Triste, o mar luta,
Numa luta perdida, à partida.



In A Luz e o breu de Miguel Oliveira

domingo, 22 de agosto de 2010

Cerimónia de Reconhecimento a antigos actores de Teatro Amador no concelho de Tabuaço

Teve lugar no passado dia 18 de Junho de 2010, no Auditório do Centro de Promoção Social de Tabuaço, uma Cerimónia de Reconhecimento, pelo TEATRAÇO – Grupo de Teatro Amador de Tabuaço, a antigos actores que desenvolveram a meritória arte de Teatro Amador no concelho de Tabuaço.

Pela importância que teve na vida cultural do concelho, quer para todos os intervenientes quer para os homenageados que ainda puderam estar presentes entre nós, publicamos neste blogue o texto da apresentação, que esteve a cargo do signatário, acompanhado pelas fotos de D. Isabel Neves que gentilmente as cedeu para este efeito, para a qual deixamos aqui um agradecimento público em nome do TEATRAÇO:

...

Senhor Presidente da Câmara Municipal de Tabuaço

Senhores Vereadores da Câmara Municipal de Tabuaço

Senhora Secretária da Assembleia Municipal de Tabuaço

Senhores membros do TEATRAÇO

Ilustres Convidados

Minhas Senhoras e meus Senhores

Começamos por agradecer o convite e a oportunidade de podermos proferir algumas palavras nesta cerimónia de Reconhecimento a antigos actores de Teatro Amador no concelho de Tabuaço.

Estamos perante um acto público que é de louvar, principalmente quando a sua iniciativa parte de uma Associação sem fins lucrativos como é o TEATRAÇO, que, como temos vindo a observar nos últimos dois anos, tem permitido a todos os tabuacenses, e não só, saborear momentos únicos através do Teatro, não só como actividade lúdica mas, também, como elixir de civilização.

Abrimos um pequeno parêntesis para vos falar do TEATRAÇO, Grupo de Teatro que nasceu a partir de uma ideia de Manuela Martins, consciente da tradição do Teatro no concelho de Tabuaço. Depois da apresentação em Tabuaço da peça "O Senhor das Flores", protagonizada pelo conhecido actor brasileiro Beto Coville, actualmente encenador do TEATRAÇO, este aceitou o desafio para se formar um grupo de teatro em Tabuaço. No entanto, a ideia não bastou, teve que nascer e tornar-se real a vontade de as pessoas assumirem este compromisso.

A primeira peça trabalhada e levada à cena foi "As Preciosas Ridículas", de Molière, em 2008. Seguiu-se “O Sótão dos Fantasmas”, peça infantil, adaptada por Beto Coville a partir da obra de Maria Clara Machado e, depois, “Precisa-se de Um Cadáver”, comédia em 3 actos de José Augusto Correia Varela, jornalista português, a qual acabámos de saborear neste palco.

Actualmente encontra-se em preparação, para estrear no próximo dia 3 de Julho, a peça “Hotel de Livre Câmbio”, dos franceses Georges Feydeau e Maurice Desvalliers.

Estar e fazer parte do TEATRAÇO tem sido um compromisso de entrega e, muitas vezes, de "sacrifício" por parte dos seus membros. A entrega é tal que os ensaios das peças que levam a palco são feitos todos os dias e os cenários e vestes são pensados e concretizados por elementos do grupo.

Mas, o que é o Teatro? Dizem os entendidos que o termo Teatro deriva do grego Theaomai, com o sugestivo significado de olhar com atenção, perceber, contemplar. Ao teatralizarmos um texto, estabelecemos a ligação entre a imaginação, o público e os actores, donde resultará uma miríade de sensações capazes de galvanizar a mente dos intervenientes, fazendo surgir a sede de mais saber, de mais cultura.

Podem os actores ser profissionais de carreira ou simples amadores que, por Amor à sua terra e de molde a crescerem interiormente e a desenvolverem o seu intelecto e a sua sede de melhor viver, emprestam o seu corpo e a sua mente a interpretar personagens que nos fazem rir ou chorar, que nos transmitem sentimentos e ideias, que nos fazem, em suma, pensar.

Desde tempos imemoriais que se representa em Tabuaço. Antigamente e atendendo à raiz fortemente católica das nossas freguesias, era comum que, em determinadas alturas do ano, os paroquianos representassem autos da Paixão de Cristo ou da Virgem, bem como da Natividade.

Por vezes, a temática deixava de ter uma génese de raiz cristã, para, com laivos de paganismo, fazer divertir o povo nas praças das nossas aldeias em noites de descanso da intensa labuta do dia, relembrando, quiçá, os textos teatrais de Gil Vicente.

Não obstante, é possível respigar que, desde meados do séc. XIX, em Tabuaço, já como sede de um concelho mais vasto do que o das suas origens, os seus munícipes puderam vangloriar-se de possuir um dos mais antigos teatros do Distrito de Viseu, graças à família Macedo Pinto e a outros muitos curiosos e amantes das artes do espectáculo. Falo-vos daquele edifício que, na actualidade, apesar de desactivado, ainda nomeamos como Teatro Luís de Freitas, em homenagem a um antigo Presidente de Câmara que muito incentivou as artes teatrais.

Porém, hoje e aqui, é intenção do TEATRAÇO relembrar os nomes daqueles que, sendo meros amantes das artes teatrais, nos divertiram, bem como a nossos pais e avós, durante o séc. XX.

O TEATRAÇO, após intensa pesquisa, conseguiu reunir informação sobre a actividade de teatro amador em quatro freguesias do concelho.

No entanto, é sentimento do TEATRAÇO que, por mais profunda que fosse a busca, muitos nomes de actrizes, actores e encenadores se encontram já esquecidos pela voragem dos tempos. É para esses anónimos cujo nome se não conseguiu identificar que pedimos, em primeiro lugar, uma salva de palmas.

...

Barcos

Na freguesia de Barcos a actividade de Teatro Amador teve início por volta do ano de 1954. Durante este tempo a freguesia assistiu à representação de “A Rosa do Adro” ou “Os Fidalgos da Casa Mourisca”, entre muitas outras peças de teatro. Ambas as peças acabadas de referir foram apresentadas publicamente na antiga azenha de Barcos.

Sabe-se que foi seu encenador o Sr. Padre Manuel Peixoto Martins. Como actores podemos nomear Acácio Araújo, Albertina Carvalho, Amadeu, Euclides Ferreira de Lima, José Vaz, Luís Araújo Barradas, Luís de Lima, Maria Amélia Araújo e Rafael Araújo, barquenses que se dedicaram à Cultura e que jamais poderão ser apagados da história do Teatro Amador no Concelho de Tabuaço e para os quais pedimos uma salva de palmas.

Procedeu-se depois à chamada ao palco do homenageado presente, Euclides Ferreira Lima, tendo cabido a Diaquino Soares e a Maura Proença a entrega da lembrança que o TEATRAÇO produziu para perpetuar este momento de homenagem do fundo do coração. O homenageado, Euclides Ferreira Lima, usou depois da palavra para agradecer este tributo.


(Euclides Ferreira Lima a discursar)

...

Longa

Corria o ano de 1944, quando, na freguesia de Longa, surgiu um grupo de pessoas dispostas a fazer teatro. Teatro Amador, por amor à Cultura e à sua Terra. Os tempos eram outros, não havia grandes fontes de distracção e as pessoas, embora com vidas duras, dedicadas à lida no campo, arranjavam tempo para decorar papéis, fazer vestuários e distrair a população.

Em Longa há registo, pelo menos nesta época, de duas peças teatrais: “O Garoto de Rua” e “O Gato e a Pombinha”. As peças eram apresentadas numa casa particular onde, aliás, também funcionava na época a escola Primária. Foram encenadores Monsenhor Germano José Lopes, então pároco de Longa, D. Ana Lopes e D. Maria Isabel Lopes Teixeira. Respigamos como actores para este período: Henriqueta Lara, Horácio Nunes Gouveia, Justino Silva, Luzia Moreira, Maria José Nunes Sousa, Maria Piedade Costa Silva e Marília Silva Tojal, que merecem ser recordados e assinalados e para os quais o TEATRAÇO pede uma salva de palmas pela dedicação ao Teatro Amador.

Entretanto, em 1978, Longa viu surgir o Teatro de Revista. Foram encenadores Jorge Teixeira e Ana Maria Cardoso. Do Teatro de Revista de Longa temos conhecimento dos seguintes actores: Agostinho Simões, Albertina Sousa, Alzira Teixeira, António Sousa, Carlos Alberto Moreira, Henriqueta Simões, Jorge de Sousa Almeida, José Luís Lopes, Matilde Simões, Paulo Mendes, São Neves e Vítor Mendes, para os quais pedimos também o aplauso pelo seu empreendedorismo numa época em que os portugueses começaram a habituar-se a respirar a Liberdade.

Tendo sido chamados ao palco os homenageados presentes, Horácio Nunes Gouveia, Jorge de Sousa Almeida e José Luís Lopes, foi depois entregue a lembrança a Horácio Nunes Gouveia por Gustavo Monteiro de Almeida, enquanto Leandro Gonçalves, Raquel Borges e Liliana Matos entregaram a mesma a Jorge de Sousa Almeida e Diana Silva, Mafalda Osório e Sandra Rodrigues entregaram-na a José Luís Lopes, que, por seu turno, usou da palavra para agradecer em nome dos homenageados.

(José Luís Lopes a agradecer em nome dos antigos actores longuenses)


(Jorge de Sousa Almeida e actores do TEATRAÇO)


(Horácio Nunes Gouveia e Gustavo Monteiro de Almeida)

...

Valença do Douro

Foi no ano de 1939 que surgiu o Teatro Amador na freguesia de Valença do Douro. Permanece na memória das pessoas, fonte inigualável da pesquisa feita pelo TEATRAÇO, a representação das peças teatrais: “Fome e honra”, “Duas Gatas no Telhado”, “Os milagres da Serra”, “Erro Judicial”, “O Fratricida”, “Dois Mortos Vivos”, “O Turríbio”, “Chá das Cinco”, “Julgamento de Um Crime”, “Paixão de Cristo” e “Ressonar sem Dormir”. As primeiras peças foram apresentadas e representadas no Terreiro da Casa Cimeira. Mais tarde, começaram a ser representadas no Salão Paroquial. Foram ao longo dos tempos encenadores nesta freguesia: Herculano Lima Almeida, Padre Hermínio José Proença, Eng.ª Albertina Monteiro e Joaquim Costa Guimarães.

Dedicaram-se ao Teatro como Actores: Acácio Meireles, Adalberto Costa Santos, Adosinda Veiga, Alexandra Isabel Gomes Correia, Alfredo Meireles, António Guimarães, António Ramos, Aristides Meireles, Armando Guedes, Artur Nogueira, Carlos Martins, Céu Pinheiro, Domingos Pinto Ramos, Eugénio Carlos Gomes, Fernando Augusto, Fernando Pinto, Francisco Veiga, Henrique Nogueira, Joaquim Costa Guimarães, Jorge Martins, José Manuel Rodrigues, José Maria Monteiro, Lídia Pinheiro, Manuel Meireles, Marcelo Monteiro, Maria do Céu Rocha, Maria Helena Guimarães, Maria Luz Meireles, Maria Natividade, Paula Ribeiro, Rosa de Deus Alves, Sacramento, Serafim Guedes.

Criado o Grupo Cénico em 1939, vieram depois a surgir também a Tuna, o Teatro de Fantoches e, mais recentemente, o Grupo de Bombos “Os Rabelos”, que costuma organizar as representações da Paixão de Cristo na Semana Santa. Para todos o TEATRAÇO pede uma ovação.

Foram então chamados ao palco os homenageados presentes: Alexandra Isabel Gomes Correia, Alfredo Meireles, Artur Nogueira, Carlos Martins, Domingos Pinto Ramos, Eugénio Carlos Gomes, Fernando Augusto, Joaquim Costa Guimarães, Jorge Martins, José Manuel Rodrigues, Marcelo Monteiro e Paula Ribeiro, a quem a sua conterrânea Maria José Teles Paulo de Carvalho entregou as lembranças.


(antigos actores valencianos)


(antigos actores valencianos)


(entrega das lembranças aos antigos actores valencianos por Maria José Teles Paulo de Carvalho)


(antigos actores valencianos)


Seguiu-se depois um breve e eloquente discurso de agradecimento por parte de Joaquim Costa Guimarães em nome dos actores valencianos.


(Joaquim Costa Guimarães a discursar)

...

Tabuaço

Embora haja registos que datam de 1913, o início da actividade do teatro amador em Tabuaço começou na década de 1940. Da memória das fontes consultadas pelo TEATRAÇO, conseguimos apurar as peças “Respigos”, “O Pinto Calçudo” e a peça infantil “As três Pedrinhas de Sal”.

Foram encenadores no Teatro Luís de Freitas: Armando Ramos Leandro e Odete do Vale. A orquestração esteve a cargo do saudoso Reverendo Pe. Abel Ferreira Alves e os figurinos foram produzidos pelas habilidosas mãos de Adosinda Barradas e Reisinanda Abreu. Foram actores: Alfredo Lacerda, Amabilina Benfeito, António Abreu Barradas, António Soeiro Costa, Auxiliadora Passos, Betoi Soeiro, Celeste Ribeiro, Conceição (não temos informação do sobrenome), Eulália Pereira, Fátima Benfeito, Fausto Barradas, Guilherme Pinto, Iolanda Rebelo, José Almeida Aguiar, José Guilherme Macedo Fernandes, José do Vale, Lisete Paixão, Luís Espinhaço, Manuel Maria Abreu, Maria (não temos informação do sobrenome), Maria Adelaide Barradas Rebelo, Maria Amélia Tobias, Maria Teresa, Minita Valverde, Regina Barradas, Rosa Abreu, Rosa Maria, Rui Lemos, Teresa Baptista, Teresa Lacerda, Tininha Neves e Tonai.

Todas estas pessoas, muitas felizmente ainda entre nós, contribuíram para o desenvolvimento cultural de Tabuaço. O seu esforço e dedicação devem, no nosso entender, ser reconhecidos não só pelo acto em si mas porque fizeram Teatro Amador em tempos difíceis, em momentos em que as circunstâncias económicas, políticas e sociais não eram as mais favoráveis. A todos eles, que nos deixaram este legado e uma herança cultural extremamente rica, o nosso bem-haja com o pedido de uma salva de palmas.

Seguiu-se a chamada ao palco dos homenageados presentes: Amabilina Benfeito, Amélia Tobias, Auxiliadora Passos, Celestina Vaz Neves, Diamantino Fonseca Benfeito, Iolanda Rebelo, José Francisco Passos, José Guilherme Macedo Fernandes, Manuel Maria Abreu, Minita Valverde, Reisinanda Abreu, Rosa Abreu e Rui Lemos.


(antigos actores tabuacenses ao serem chamados ao palco)


(antigos actores tabuacenses)

A entrega das lembranças operou-se da seguinte forma: Manuela Benfeito Martins e Cláudia Benfeito Martins a sua mãe Amabilina Benfeito; Maria de Lurdes Araújo a Manuel Maria Abreu e Reisinanda Abreu; Filomena Resende a Celestina Vaz Neves e Diamantino Fonseca Benfeito; Susana Pires a Iolanda Rebelo; Rui Araújo a Rui Lemos, Auxiliadora Passos e José Francisco Passos; Liliana Cardoso a Minita Valverde; Marlene do Monte a Amélia Tobias e Rosa Abreu e Gustavo de Almeida a José Guilherme Macedo Fernandes.


(antigos actores tabuacenses)


(entrega das lembranças por Filomena Resende)


(antigos actores tabuacenses)

Usou depois da palavra José Guilherme Macedo Fernandes que além de brindar todos os presentes com momentos de poesia, levou ao público à euforia ao cantar e representar alguns excertos de peças de antanho.


(José Guilherme Macedo Fernandes a discursar em nome dos antigos actores tabuacenses)


(homenageados e actores do TEATRAÇO)


(homenageados durante a récita de José Macedo Fernandes)


(José Guilherme Macedo Fernandes)


Armando Ramos Leandro, encenador no Teatro Luís de Freitas
(homenagem póstuma)

Armando Ramos Leandro era natural de Sátão. Através da carreira que desenvolveu ao longo da sua vida ascendeu a Escrivão e depois a Chefe da Secretaria do Tribunal da Comarca de Tabuaço, tendo ainda servido nas comarcas de concelhos dos arredores. Foi casado com D. Amália, distinta professora do ensino primário neste concelho, sempre muito respeitada e acarinhada pela população.

Armando Ramos Leandro, apesar de ter exercido uma actividade profissional séria e que impunha algum respeito e distanciamento, sempre foi um grande entusiasta do teatro, das artes, e, por essa via, conseguiu ser, para a sua época, um grande encenador, cuja trabalho foi muito apreciado e do qual os tabuacenses guardam saudosa memória e nos levam a prestar a homenagem que hoje aqui lhe fazemos com todo o direito. Uma forte ovação para este tabuacense do coração.

Seguiu-se a entrega da lembrança ao filho do homenageado, o Juiz Conselheiro Armando Gomes Leandro, pelo actor e encenador Beto Coville. Armando Gomes Leandro usou da palavra para agradecer esta homenagem e enfatizar e incentivar o trabalho que o TEATRAÇO tem vindo a desenvolver.


(Armando Gomes Leandro no uso da palavra)


(Armando Gomes Leandro)


Luiz Coville,
actor e encenador do TEATRAÇO – Grupo de Teatro Amador de Tabuaço

O TEATRAÇO gostaria de homenagear o Dr. Luiz Coville, nosso director e encenador, pela sua dedicação ao grupo. Todos temos consciência da importância dele no TEATRAÇO. Sem o “Beto Coville”, como é conhecido no meio artístico, e Dr. Luiz, como carinhosamente o tratamos, o grupo não poderia sequer existir. Daí a nossa pública homenagem.

Foi um momento inesperado para o encenador, pois não constava do programa, o que mereceu estrondosa ovação por parte da plateia, tendo a lembrança sido entregue a Beto Coville por Manuela Martins.


(Beto Coville e Gustavo Monteiro de Almeida)


Bruno Silva e António Oliveira, cenógrafos do TEATRAÇO

Afincadamente têm-se dedicado à construção dos nossos cenários. O Bruno construiu todos os cenários das peças do TEATRAÇO e, agora, o António juntou-se à equipa para a peça Hotel de Livre Câmbio. Falamos de duas pessoas que retiram tempo e dedicação à sua família, aos seus amigos e à sua vida social para, todos os dias, pela noite dentro, planearem e construírem os nossos cenários, sob orientação directa do encenador. Sem eles também este grupo de teatro não poderia ser e estar tão bem visto e considerado, quer em Tabuaço quer pelos locais por onde temos passado. Aqui fica a nossa simples homenagem.

A lembrança foi entregue ao Bruno Silva por Beto Coville. António Oliveira, infelizmente, não pode estar presente por motivos profissionais.


Comerciantes, empresários e produtores do concelho de Tabuaço

O TEATRAÇO prestou o seu agradecimento aos comerciantes, empresários e produtores tabuacenses pelo facto de, em cada deslocação que faz a várias regiões do país, contribuírem com produtos locais, cujo valor de venda tem vindo a reverter a favor desta Associação.

Foi chamado ao palco o Dr. José Manuel Amaral, enquanto presidente Associação Comercial e Industrial do Concelho de Tabuaço, para receber uma lembrança deste momento, a qual foi entregue por Rui Araújo.


Centro de Promoção Social de Tabuaço

O TEATRAÇO agradeceu, também, à Direcção do Centro de Promoção Social de Tabuaço pela cedência deste tão importante espaço de civilização e cultura.

Foi chamado ao palco o Sr. Manuel Costa, para, em representação da sua direcção, receber uma lembrança do TEATRAÇO e que foi entregue por Milú Araújo.


Dr. João Joaquim Saraiva Ribeiro,
Presidente da Câmara Municipal de Tabuaço

Por último, mas não menos importante e em sinal de profundo agradecimento por todo o apoio que a Câmara Municipal de Tabuaço tem prestado em todas as actividades do TEATRAÇO, foi chamado Beto Coville para entregar uma lembrança ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Tabuaço, pedindo à plateia uma salva de palmas.


(Dr. João Ribeiro, Presidente da Câmara Municipal de Tabuaço)

O Senhor Presidente da Câmara Municipal de Tabuaço usou depois da palavra para agradecer, relembrando momentos da vida cultural nas freguesias do concelho e deixando algumas palavras de incentivo para o futuro.


Conclusão

Depois de concluída a cerimónia, provavelmente um dos momentos simbólicos mais importantes da cultura tabuacense nos últimos anos, foi servido no Foyer um Porto de Honra.


Textos: TEATRAÇO / Gustavo Monteiro de Almeida

Fotos: gentilmente cedidas por Isabel Neves