Tesouros Artísticos de Tabuaço
Igreja Matriz de Barcos
Denominação:
Igreja
Matriz de Barcos / Igreja de Nossa Senhora da Assunção.
Localização:
Povoação
de Barcos – Freguesia de Barcos.
Classificação:
Monumento
Nacional – pelo Decreto n.º 8175, publicado no Diário do Governo n.º 110, de 2
de Junho de 1922.
Época de Construção:
Sécs.
XIII, XIV, XVII e XVIII.
Portal principal, românico
Cronologia Histórica Sumária:
Sécs.
XIII / XIV – Edificação do templo, sede de colegiada, no meio da vila de
Barcos, com consequente mudança da função paroquial da antiquíssima igreja da
Senhora do Sabroso, que era a matriz, para este novo templo (a igreja da
Senhora do Sabroso continuou, no entanto, a servir de igreja paroquial a
Pinheiros, Carrazedo e Santa Leocádia, até ao séc. XVIII).
Finais
do séc. XVII – Execução da talha dos altares e do arco cruzeiro.
Inícios
do séc. XVIII – Feitura do Púlpito, em madeira de castanho com embutidos em
bronze.
1.ª
metade do séc. XVIII – Execução e pintura dos caixotões dos tectos da
capela-mor, da nave e da sacristia, e pintura dos belos grotescos que adornam
as faces interiores do arco cruzeiro.
1720
– Obras de beneficiação do arco triunfal conforme data epigrafada.
Cerca
de 1764 – Alterações no corpo da capela-mor, designadamente através da abertura
de novos janelões.
Cerca
de 1870 – Destruição do tecto de caixotões da nave.
1992
– Construção de novo tecto na nave, em madeira, pela Direcção-Geral dos
Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN).
1998
– Diversas obras de recuperação, pela DGEMN, designadamente a reconstrução do
coro-alto, em estrutura metálica, e do pavimento e tecto, em madeira.
Aspecto geral da Capela-mor, seu altar em estilo
barroco nacional e tecto de caixotões
Tipologia
Templo de arquitectura românica, gótica, maneirista
e barroca, com planta longitudinal composta por nave única, capela-mor
rectangular, mais estreita e baixa, e sacristia adossada ao lado Norte. Possui
cornija sustentada por cachorros com decoração românica. O portal principal,
que se rasga no alçado voltado a Oeste, possui arco de volta perfeita, com
tímpano cego, e assenta
em duplos colunelos laterais, cujos capitéis são decorados com figuras
satíricas. As impostas são ornamentadas com motivos fitomórficos, tal como as
arquivoltas. A arquivolta exterior encontra-se decorada com pequenas esferas.
Os pórticos laterais, góticos, apresentam arco apontado.
No seu interior guarda retábulos e arco cruzeiro em
talha dourada do denominado estilo barroco nacional. Conserva excelentes
pinturas representando cenas da vida da Virgem e do Senhor no tecto de
caixotões da capela-mor, bem como frescos pintados nos muros posteriores dos
altares. Dois arcossólios góticos com arco apontado rasgam-se nos muros
interiores da nave.
Trata-se de um imóvel sobre o qual ainda recaem
muitas incertezas cronológicas quanto à época exacta de edificação, embora a
maioria dos autores filie a sua arquitectura de base no estilo românico.
Nas palavras do Reverendo Padre Ismael Vilela
(pároco de Barcos entre 1909 e 1938), retiradas da sua obra «A Collegiada de
Barcos», de 1924, “a Egreja de Barcos,
como as similares romanicas, é severa como uma sentença bíblica, recatada como
um cenobita; é como a impenetrabilidade d’um dogma, embora se insinue como uma
carícia evangelica (…); mas é um monumento venerando que athesta,
com a sua perfeição architectonica, a belleza de um estylo e a religiosidade
d’um povo!”.
ALMEIDA, Gustavo Monteiro de, Tesouros Artísticos de Tabuaço - Igreja Matriz de Barcos - In «Correio de Tabuaço», pág. 12, Tabuaço, Edição n.º 1, de 15 de Março de 2004
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