domingo, 19 de julho de 2020

Tesouros Artísticos de Tabuaço - Citânia de Longa - In Correio de Tabuaço - Edição 2 de 1 de Abril de 2004

 

 Tesouros Artísticos de Tabuaço

 

Citânia de Longa


Denominação:

Citânia de Longa.

Localização:

Monte do Muro – Freguesia de Longa. Alerta-se, contudo, para os acessos difíceis, uma vez que ainda se encontra em estudo a execução de uma estrada asfaltada que permita a sua visita pelos turistas e pela população do concelho em geral.

 

Classificação:

Imóvel de Interesse Público – pelo Decreto n.º 26-A/92, publicado no Diário da República n.º 126, de 1 de Junho de 1992.

 

Época de Construção:

Final da Idade do Bronze / Idade do Ferro.

Vista Geral

Cronologia Histórica Sumária:

Entre os anos de 1200 e 700 antes de Cristo – Provável época de edificação e ocupação do local.

 

Alta Idade Média – Provável época de abandono do local com fixação no Povoado da Encosta do Muro e na actual povoação de Longa, entre outros locais.

 

Ano de 1758 – Nas Memórias Paroquiais de Longa, redigidas neste ano, o pároco Manuel da Guerra Torres, abade de Longa, descreve o sítio da seguinte forma: "Perto da villa para a parte do Norte há hum monte bastante mente levantado, no alto do qual se vê ainda hoje um pedaço de muro, ou muralha fabricada de pedra miuda, e argamassa, ou bitume de admiravel segurança, tendo para a parte do Oriente huma porta de entrada, e no meyo do cabeço huma cadeira de pedra lavrada, que nos era ter servido de solio de julgador, ou magestade dominante, sendo o cabeço pelas outras partes inaccesivel. Há tradição, que foy assento, e fortaleza de Mouros. Chamasse o Muro o dito monte".

 

1 de Junho de 1992 – O Castro ou Citânia de Longa é classificado como Imóvel de Interesse Público, reconhecendo-se a sua grande importância arqueológica.

 

2.º Semestre de 1999 – A empresa Arquehoje, Lda., contratada pela Câmara Municipal de Tabuaço, e após autorização do Instituto Português de Arqueologia, procede à desmatação e limpeza da cobertura vegetal no  interior e na parte envolvente do sítio arqueológico, e ao restauro e beneficiação da muralha exterior, através da sobreposição horizontal das lajes tombadas, separadas das estruturas in situ pela utilização de redes de arame zincado plastificadas a verde. São ainda colocados painéis explicativos e placas de sinalização.

 

Porta das muralhas exteriores

Tipologia

Povoado fortificado, megalítico, com planta longitudinal e algo irregular, que terá tido função militar e residencial.

 

A entrada principal, voltada a Nordeste, encontra-se protegida por uma forte muralha, de contornos arredondados e faces exteriores inclinadas, diminuindo de espessura da base para o topo, com sensivelmente 250 metros de comprimento e cerca de 4 metros de largura, em média, terminando junto à parte mais inacessível e escarpada do monte do Muro, que acaba por rodear e proteger o resto do cume.

 

Mais para o interior, e adaptando-se à plataforma superior da elevação, são visíveis os vestígios de uma segunda linha de muralha de menores proporções, e que contornará o primitivo núcleo habitacional, terminando a Sudoeste, ao lado de uma escarpa quase inacessível. Significativo número de mós em granito, normalmente ovaladas, terão sido reutilizadas para a execução da muralha exterior.

 

Futuras escavações arqueológicas permitirão desvendar toda a parte edificada, actualmente coberta pela sedimentação de séculos, e trarão à luz do dia e à compreensão das gerações actuais e futuras as vivências de antigamente.

  

Gustavo de Almeida


 ALMEIDA, Gustavo Monteiro de,Tesouros Artísticos de Tabuaço – Citânia de Longa  - In «Correio de Tabuaço», pág. 12, Tabuaço, Edição n.º 2, de 1 de Abril de 2004


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