domingo, 29 de maio de 2005

Pintura... a mais contraditória das artes

Maria Helena Vieira da Silva, O Desastre, óleo sobre tela, 1942

"A pintura é a mais contraditória entre as artes. Ela é-nos dada sob a forma de contemplação sensorial. Uma vez que a percepção penetra directamente no consciente, os quadros criam uma impressão de imediatez. Temos uma sensação como se nenhuma linguagem simbólica se interpusesse entre nós e aquilo que vemos".
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Dietrich Schwanitz

19 comentários:

augustoM disse...

Gustavo, não concordo que a pintura seja a mais contraditória entre as artes, no mesmo plano encontram-se a escultura e a arquitectura talvez esta com menos intensidade. Observamos as três da mesma maneira, sob a forma de contemplação sensorial,cuja percepção penetra directamente no consciente, ocasionando o mesmo tipo de sentimento.
Um abraço. Augusto

Gustavo Monteiro de Almeida disse...

Olá Augusto. Sim, poder-se-ia colocar a escultura a par com a pintura.

Mas, se olharmos para a pintura através do prisma da história e da evolução da mesma, chegaremos à conclusão que a pintura é a mãe de todas as outras artes. Antes de o homem começar a esculpir em pequenos ossos, etc., começou por pintar nas paredes das grutas, representando a envolvência que o assustava ou fazia admirar. Só mais tarde começou a esculpir, e, mais tarde ainda, a arquitectar.

Hoje damos importância a todas as artes. Mas, efectivamente, e por razões evolutivas e históricas, a pintura continua a ser a mais antiga, e a mais contraditória. Há coisas que se consegue fazer com a pintura que é impensável pôr em prática através da escultura e da arquitectura.

Gustavo Monteiro de Almeida disse...

Tintapermanente: Não escrevi mais do que aquilo que realmente senti. Eu é que agradeço. Bjo.

trintapermanente disse...

Adoro pintura. é uma das formas de me encontrar com a alma se assim o entenderes. é pena que a sua percepção tenha que ser filtrada pelos sentidos... confuso!?
Ah! ;-) também para ti

Gustavo Monteiro de Almeida disse...

Gosto de pintar e de desenhar. Muitas vezes esqueço tudo o que envolve o acto de pintar, de desenhar, e apenas páro quando já está concluído para analisar e criticar (interiormente) aquilo que acabei de criar.

Por falar nisso, um dia destes tenho que aprender mesmo como é que coloco imagens dos meus quadros on line.

AnaP, preciso de ajuda... ;-)

Anónimo disse...

:-)
Regressarei.

Anónimo disse...

Não sei se será a mais contraditória. Todas as artes têm uma alma que só o autor poderá desvendar na plenitude... Pessoalmente, adoro pintura e a sensação que me transmite. Há pinturas que parece que nos nasceram no colo :) Beijo grande :)

Gustavo Monteiro de Almeida disse...

Luís: Obrigado, pela visita, que já retribui. Porém, não consigo comentar no seu blog, pois a janela dos comentários não vai toda até baixo, não permitindo accionar o botão de envio do comentário.

Carla: Que seria de nós sem o nosso «colo», onde embalamos a nossa criação? Obrigado. Adorei a frase. ;-)

Anónimo disse...

A pintura é genial mesmo quando, como no quadro exposto, é um "desastre".

Suor do Xisto

Gustavo Monteiro de Almeida disse...

Sim, é verdade, Suor do Xisto, mesmo quando o tema é um desastre...

Vieira da Silva conseguiu inquietar muitas vezes os espíritos dos amantes da arte.

AnaP disse...

Uma pintura de Magritte, Dali ou Miró faz-me viajar pelos meandros mais estanhos da minha imaginação... e eu adoro! Um quadro de Kandinsky tranquiliza-me, por isso tenho uma imagem de um quadro dele como fundo do ambiente de trabalho do meu computador :)
Deixei-te um desafio no meu blog ;) espero que adiras :-)

AnaP disse...

Meu querido, temos de passar umas horitas no msn para eu te ensinar a colocar links e a colocares as imagens das tuas pinturas online. Um beijão grande!

Anónimo disse...

Para quem pinta, esta definição é óbvia mas para quem vê... não sei se será asim... tenho ouvido opiniões de uma insensibilidade total ao grande génio que foi esta grande mulher!Quem pinta a alma das coisas, como é o meu caso, será que consegue que a minha alma toque a alma de quem me vê através da pintura?
E isso para mim era importante? Acho que era. Mas os pintores pintam para si e se têm a sorte de passar a mensagem tudo bem... se não têm... paciência...

Beijos DAD

augustoM disse...

Gustavo, concordo que as primeira pinturas rupestes representam a espiritualidade desses povos ancestrais, mas a primeira estátua que se conhece, a Deusa da Fertilidade, além de toda a espiritualidade das pinturas, comportava também o elemento mais chegado à Natureza, o milagre da criação.
Vou exagerar um pouco, mas esculpir um microlito é uma verdadeira obra de arte,e eles foram esculpidos muito antes de aparecer a pintura.
Também não concordo que a pintura consiga transmitir mais emoções que a escultura.
Tanto a pintura como a escultura, quando não querem ser meras representações, mas comunicação de emoções ficam equiparadas.
É isto que eu sinto quando vejo um quadro de Vemeer ou um estátua de Rodin.
Um abraço. Augusto

Unknown disse...

Achas isso mesmo! eu acho que uma pintura nos transporta para o local exposto e nos transmite aquilo que ali está, eu sou fascinada por pintura. Beijo

Anónimo disse...

Há pinturas que nos fazem voar, outras que nos transportam para uma paragem no tempo e aí ficamos... absorvendo...; outras há ainda que são um enigma que tentamos decifrar. Tudo depende da sensibilidade de cada um. Pessoalmente, embora goste muito de escultura, a pintura toca-me mais fundo. Escrevendo também se consegue construir vários estilos de pintura. Obrigado por me teres dado a oportunidade de descobrir o teu cantinho e pelas tuas palavras.
Bjo. Amita//brancoepreto.blogs.sapo.pt

Gustavo Monteiro de Almeida disse...

Olá amigos, aqui estou, novamente, para moderar este debate.

Augusto: É verdade que, tanto a pintura como a escultura apareceram no denominado período do Paleolítico Superior. Apesar de não ser especialista em arqueologia, sei que se nos acercarmos dos primeiros esboços de pintura, pintura rupestre para sermos mais rigorosos, é possível constatar que o hominídeo pintava seres, animais, da forma como os vias de determinada perspectiva, tentando representar a natureza conforme o que a sua visão captava. Tem sido aceite que esses pintores eram caçadores, fazendo a pintura parte de um processo de magia através do qual procuravam influenciar o acto da captura das presas, isto é, o pintor/caçador deste período provavelmente julgaria que pintando e possuindo uma imagem de um animal passaria a deter algum poder sobre o mesmo. Razão pela qual muitos animais representados aparecem a sangrar. Esses vestígios chegaram até nós em pinturas rupestres que cobrem rochedos e paredes de cavernas.

No entanto, esses mesmos «artistas» do período do Paleolítico Superior também realizaram trabalhos em escultura, onde se podem destacar as celebres figuras femininas, onde predomina uma cabeça que surge como prolongamento do pescoço seguindo-se seios volumosos e ventre largo tal como os quadris, como por exemplo na denominada Vénus de Willendorf.

Saber exactamente qual deles começou primeiro será complicado, mas, mesmo assim, não sei se poderemos considerar os micrólitos e objectos de osso, de pedra e de madeira como arte do Paleolítico Inferior (que antecedeu o outro período).

No que concerne à pintura e à escultura enquanto transmissoras de emoções, não tenho dúvidas que possam estar em plano de igualdade. Mas, enquanto pessoa que já experimentou as duas artes, digo que é muito mais fácil, e possível, utilizar a pintura do que a escultura para transmitir directamente ao consciente dos outros uma impressão de imediatez, sem que seja necessária qualquer linguagem simbólica como interlocutor. Também há contemplação sensorial na escultura, mesmo através do tacto, tal como a rugosidade de uma pintura, mas existe uma aparente forma tridimensional, através da bidimensionalidade existente numa pintura que é mais rápida e directa de apreender do que na escultura.

Por exemplo, para conhecermos por completo uma escultura, teríamos de a conhecer de todos os ângulos, enquanto que num quadro convencional tal não é necessário, sendo desde logo completamente abarcado e interiorizado. Quanto às consequências dessa interiorização, caberá a cada um vir dizer o que sentiu…

Adryka: É bom ser transportado através da pintura. Tem esse condão…

Amita: Bem vinda a este recanto português, e obrigado pelo comentário. Tudo depende da sensibilidade de cada um e daquilo que o seu consciente acrescenta à pintura enquanto interpretação, alargando e partilhando a criação.

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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